a galinha da minha vizinha é sempre melhor que a minha # não sei quantos

© rabiscos vieira

o comunicado, estreado no sítio do costume


my own private união europeia



para mim pelotão da frente é aquela europa que recebeu a tournée do tom waits. o resto é conversa e países fodidos e periféricos, votados ao esquecimento. caralho, se o homem tivesse ido à letónia juro que me suicidava.

eu cá acho

que as massagens algarvias só serão de evitar se desrespeitarem o pdm. digamos não à quarteira ayurvédica.

nómadas ma non troppo



camaron e tomatito em post dedicado ao rescaldo da infame quinta da fonte, que deu de beber a muito disparate e línguas escaldadas, diz que lá a água ferve, mas por bem, por força de se ter feito uma expo dedicada aos oceanos, mais, às pessoas, menos, atiradas para este e outros bairros, veja-se os míticos e também ciganos do vale do forno, agora vestidos de ameixoeira depois de anos a viver num paiol de armas abandonado, por força da construção civil, do gil e dos cardosos e cunhas, 400 almas amontoadas na terra de ninguém, longe da vista, longe dos telejornais, muitos séculos a sobreviver trouxeram-nos aqui, pois se até a nossa dona maria, a primeira, queria arrancar-lhes os descendentes à força, se a gnr tem ordem para meter o focinho nos trapos dos ditos, e no pasa nada, recorde-se até o meio milhão feito em cinzas em oswieçim, polónia, para não invocar o nome alemão e maldito, leia-se as recompensas que até ao século XIX se ofereciam pela europa fora por um cigano mutilado ou pelo menos com um olho vazado, consulte-se o enterrem-me de pé da isabel fonseca, editorial teorema, custa pouco mais que nada a preço de saldo, é instrutivo e a sodilivros quer desfazer-se do stock enquanto o cigano, digo, o diabo esfrega um olho (são). cá na terra dos brancos costumes a coisa vai um pouco mais mansa mas encontre-se lá outro burgo onde ciganice seja sinónimo de trafulhice, em que chamar cigano a fulano equivale a ofensa de carácter, tudo para gáudio dos nossos comentadores-lançadores de achas para a fogueira do degredo de lisboa, que os pobres não devem ser cobaias nem instrumentos de estado, e eu quase concordo, que bons eram os tempos do bairro da musgueira, norte e sul, da quinta grande, do bairro do relógio, da barracaria nas murtas e na picheleira, que idílio do indivíduo entregue a si próprio, quem não tem saudades dessa lisboa pré-programa especial de realojamento, mais pitoresca, mais construção-em-madeira-com-telhado-de-zinco, e assim havia ciganitos para mostrar no habitat natural, sem andarem à bulha com os pretos, ou com os brancos quando calha, nas pausas de unhas que tocam guitarra. e por falar nela, o camaron e o tomatito também gostavam de nos dar música, e dão o mote a este post, fazendo lembrar ingredientes de uma salada à escolha no vitaminas & companhia, houvesse salmão, ovo cozido e massa fusile e estava o repasto composto, no meu habitat natural de centro comercial isto é o topo a que chega a minha sofisticação, nas pausas do trabalho a mastigar as refeições sempre sozinho mas com os ciganos entre outros enjeitados na minha cabeça, rezando pelo dia em que o sinónimo de trafulhice seja "coluna de opinião em jornal de referência". acho que o dito não vem longe.

amor é



do livreiro enquanto profissão que repousa entre a espada e a parede # 8

abertura em postura impassível. ouvir dizer "esse livro é giríssimo, se lho oferecesses ficava mesmo bem na mesa da sala". respirar fundo. postura impassível. pensar que o álbum new york underground também serve para lançar às fuças de gente que eu cá sei. pesa quilos, dizem.

cotação dos fabricantes de caneleiras cai a pique no psi20

Petit assina com o Colónia por duas épocas

siconline, 28/7

a galinha da minha vizinha é sempre melhor que a minha # não sei quantos

© rabiscos vieira

porque no te bañas, estreado no sítio do costume


amores imperfeitos # 79

Sandro é fã absoluto de viva o povo brasileiro, já Ruca prefere de longe a casa das bundas jeitosas.

ler nas entrelinhas



mental note: propôr no próximo concílio a elevação a deus de ricky gervais


ss obergruppenführer joão de melo

depois de ler no mesmo ano o gente feliz com lágrimas percebi que as benevolentes não passam de entretenimento para crianças.

teme-se retalição nas exportações de chocolates

Líbia: Tripoli suspende petróleo à Suíça em protesto pela detenção de filho de Khadafi

JN online

a galinha da minha vizinha é sempre melhor do que a minha # não sei quantos

© rabiscos vieira

os votos do desejo, estreada no sítio do costume


amores imperfeitos # 157

Sandro tece loas às amores de margarida e o mestre, Carina julgava que a margarida andava a ser comida pelo donald.

da moda

anda um espectro pela europa – o espectro das leggings. não há dia em que saia à rua nestes dias abafados de julho e que não me cruze com uma, duas, nove jovens com pernas cobertas de lycra brilhante, enfiadas por baixo de qualquer outra peça de roupa, seja um vestido, uma mini-saia ou uma qualquer outra peça de nome intraduzível, e esta situação faz-me espécie, o calor que se faz sentir e as moças naquele roça-roça sintético, verdadeiras microestufas em tempo estival, e em debate sobre o assunto já me quiseram fazer ver que também as há de algodão, que são fresquinhas, mas o anacronismo não se varre assim em registo 100% cotton, continua a ser uma peça misteriosa, uma espécie de conceito primi piati-secondi piati com que os italianos baralham os turistas, já para não falar no antipasti e noutras misteriosas designações que me desconcertam, todas coliantes, cobrindo a coxa até ao joelho, e tudo a bem da facturação da calzedonia e da pimkie ou das colecções "bizarria stradivarius primavera/verão". vão por mim, a outra bem escreveu que o que é bonito é ter cá dentro um astro que flameja, não uma peça que sobeja. tudo o resto é conversa de empresários do têxtil e não se confia em gente que emprega crianças. a não ser que se chamem ajax de amesterdão. corre van der vaart, mas sem leggings, se faz favor.


texto publicado no blogue colectivo sinusite crónica


amores imperfeitos # 156

quando ouve falar em primeiro amor Sandro lembra-se de turgueniev, Carina de kenny rogers e sheena easton.

a galinha da minha vizinha é sempre melhor do que a minha # não sei quantos


© rabiscos vieira

já cá cantas, estreado no sítio do costume


ah, preta do caralho


boomp3.com

o fashion victim de rio de mouro

fartava-se de comer arroz à balenciaga.

convidado especial via sms: rodrigo candeias

enquanto aguardo que resolvam as maleitas dentárias à minha irmã a tv mostra o goucha, num quarto mal iluminado, colocando a mão entre os lençóis de um leito onde dorme um petiz. legenda: "goucha surpreende criança". is it just me?


o Rodrigo é cá dos meus

o pornógrafo letrado

passava os dias a ler a granta funda.

a galinha da minha vizinha é sempre melhor do que a minha # não sei quantos

© rabiscos vieira

mea culpa nos antípodas, estreada no sítio do costume


caso maddie arquivado

bem sei que há que honrar o cliché da justiça cega mas isto é um bocado demais.

nostradamus reloaded


a razão pela qual zweig estimava tanto o mundo de ontem era porque sabia que o futuro seria infinitamente mais catastrófico.

lisboa em baixa resolução # 196


amor à pátria




“em cada casa ortodoxa haverá ícones com a imagem de São José Estaline”


uma figura protectora que fica bem em qualquer parede, inspirada neste post, que por sua vez bebeu a informação do sempre alerta 24 Horas.

em stereo

amizades imperfeitas # 78

Sandro teve direito à sua educação sentimental com flaubert, já Ruca teve-a no bordel coche real, à venda nova, pela mão do próprio paizinho.

enviada especial

enquanto aqui o rapaz completa dois anos redondos sem tomar o gostinho a férias, derivado ao facto de durante esse tempo ter sido despedido* e ter-me despedido**, e o caralho a sete uma série de vezes, que eu tenho perfil para ser enrolado, dou para o redondinho e é fácil enfiarem-me num tapete qual cleópatra da c + s pedro de santarém, a minha toniciganita laureia a pevide pelo allgarve, tavira style, tendo empreendido uma curta viagem nostálgica a Quarteira com a sua mãe. aqui fica o relato, sentido:

Das terras de Quarteira nem bom vento nem bom sentimento

Nem sei bem por onde começar... quando uma algarvia nascida na cidade de Tavira suspira com ar nostálgico quando fala em QUARTEIRA algo vai mal. Neste caso, só é perdoável porque se trata da minha mãe. Às mães tudo se desculpa, inclusive o manifesto desejo de visitar Quarteira numa tarde de quase 40 graus. Tudo bem. Não custa nada. Eu própria que sou muito crítica em relação a este Algarve nunca estive em Quarteira, à excepção das paragens de 5 minutos na viagem Lisboa-Tavira em AutoPulman. Muito bem, então aqui vamos nós. Durante a viagem lá a minha mãe me foi falando dos tempos, há 45 anos atrás, em que o meu avô trabalhava na exploração de minério na serra algarvia numa pequena localidade chamada Branqueira, perto de Quarteira. Bem pequena, a minha mãe passeava pela mão do pai junto ao mar de Quarteira e iam parando pelas várias tasquinhas que existiam à beira-mar e que vendiam peixe seco. Ainda alertei a minha mãe pela minha experiência/desilusão ao ter visitado Monte Gordo após 25 anos. Ainda lhe disse que vale a pensa guardar as nossas recordações de criança, blá, blá... Lá acabou por me dizer que queria ir porque toda a vizinhança tece rasgados elogios aos bares, à praia, a Quarteira na generalidade e que ela na sua ignorância não pode apresentar os seus argumentos.Também eu li Paulo Coelho para poder criticar à vontade.

Chegadas a Quarteira, após uma sucessão de rotundas ajardinadas qual Miami, lá fomos seguindo as placas e entrámos na famosa avenida da estação rodoviária. Ladeada por prédios de 8 andares e com uma arquitectura a piscar o olho à tradicional o gosto é muito duvidoso. Passámos por uma zona de ruas estreitas e onde as antigas casas algarvias, agora em ruínas, esperam reencarnar em apartamentos com acabamentos de luxo prontinhos a alugar à quinzena. Com olhar apreensivo a minha mãe lá quis visitar a zona da lota do peixe e do mercado, que segundo ela se mantêm iguais, os edifícios, porque à sua volta os estaleiros de obras, tapumes e uma mega-construção de betão é coisa da modernidade. O objectivo seguinte foi estacionar em pleno "calçadão". Parece que é aqui que se concentra toda a movida de Quarteira, pelo menos a que não exige dresscode e consumo mínimo. Quarteira é a nossa Acapulco: prédios de 8 e 9 andares até à beira da água; areal reduzido; mar azul e parado; areia grossa e escura; pizzarias e restaurantes tandoori; tendas especilizadas em biquinis e geladarias com taças de formas e cores tropicais. Progredindo no calçadão dou connosco no Brasil: tendas para venda de caipirinhas a debitarem Ivete Sangalho; raparigas desnudadas com panos coloridos enrolados à volta da cintura; havaianas nos pés; e o sotaque brasileiro como som de fundo. Com o calor a apertar lá escolhemos um destes bares para tomar um refresco. Escolhida uma mesa à sombra esperámos contemplar o mar enquanto bebíamos a nossa água com gás. Engano. Ao longo de todo o calçadão existe um murete de cerca de 50 cm que separa a praia do mesmo. Ora estando na esplanada, o mais que podemos ver é o topo dos chapéus-de-sol de cores garridas. 3€ depois (duas águas) lá decidi tomar coragem e perguntar à minha mãe o que estava a sentir. Ela lá foi dizendo que vinha por ali com o meu avô e que paravam nas tasquinhas... e que na altura Quarteira era muito bonita. A minha mãe não sofre de qualquer descompensação psiquiátrica mas percebi que preferia manter aquela recordação dos seus passeios com o pai.
Este é o meu relato de um passeio em Quarteira: vi prédios altos; ingleses obesos e fustigados pelo sol que ali chegam num qualquer charter de uma lowcost com um programa de 8 dias num dos hotéis à beira-mar e com todas as refeições pagas; portugueses de todas as idades que falam ao telemóvel enquanto comem um burrito; enfim, o verdadeiro Allgarve dos apartamentos to rent, do golf, dos jogadores de futebol e do Estádio do Algarve, ali tão perto.
Prometo nunca mais me queixar do Macário Correia, das suas intervenções urbanísticas e da falta de agitação da cidade de Tavira. Nem tão pouco voltarei a amaldiçoar esta ria Formosa que se coloca entre nós e a praia paradisíaca e onde sentados na esplanada podemos olhar o mar e se nos voltarmos para trás podemos ver lá muito, muito ao longe as baixinhas casas brancas com a barra amarela.




* o leitor desconfie sempre de estruturas municipalizadas dirigidas pelo psd; mais tarde ou mais cedo é-se varrido na enxurrada dos boys. and girls.

** o leitor desconfie muito das livrarias com Y no nome

confissão homoerótica ou do blogger que tem um fraquinho pelo perry farrell de há década e meia para cá, mais coisa menos coisa



ppd/slb

o aimar é uma espécie de sá carneiro do benfica.

abandono

alimentei durante anos a militância, o sentido de dever, a férrea determinação das obrigações, talvez pela formação cristã, talvez pelo deslumbre perante o objecto sagrado, escasso nas gerações familiares que me antecederam, mais farto na minha vida infinitamente mais mansa que a dos meus pais, menos trabalho árduo de partir unhas e criar equimoses, mais prosápia enfatuada de menino mais instruído mas temeroso do graal com letras, o livro, aquele que não se abandona, mesmo que desprezasse um ou outro a refrega era levada até ao fim, para ver como acaba, para respeitar o objecto de saber, mas eis que a dada altura começo a pensar que o livro também tem de me respeitar, de me dar prazer, de me fazer sentir que as horas que nele invisto valem a pena, tão pouca vida para tantas letras, e eis um sefarad de muñoz molina desclassificado e encostado à boxe, um vírus balcânico do caldeira rodrigues afundado em camadas gordas de reportagem empastelada, uma alexandra alpha do sacrossantro (isto não é uma gralha) cardoso pires devolvido à procedência, sem contemplações para tamanha auto-referencialidade, para as alusões francófonas, para o dó que inspira a marialvice transbordante, não o traguei, não me entusiasmou, e larguei-o sem remorso, em atitude protestante que me impede de adorar santos onde não os vejo, para mim o deus da literatura não deixou de existir, simplesmente há que ter tempo para procurá-lo e deixarmos de andar às voltas com coroas de espinhos e parágrafos e travessões que nos ferem a paciência até à exaustão. o deus castigador ficou lá atrás, no velho testamento. ouvi dizer.

considerações de um automobilista intermitente

agora fazem-nos engolir os chips, a seguir há-de vir o fish. e suspeito que não seja bacalhau.

knowle west boy



a galinha da minha vizinha é sempre melhor do que a minha # não sei quantos

© rabiscos vieira

a energia do senhor governador, estreada no sítio do costume


no posto de escuta


boomp3.com

desprezando ahmadinejad


o relojoeiro amblíope


caro leitor, se


A mente humana é um inveterado fautor de analogias. Somos levados compulsivamente a ver um significado em ténues semelhanças entre processos muito diferentes. Passei a maior parte de um dia, no Panamá, a observar duas populosas colónias de formigas cortadoras-de-folhas a lutar e a minha mente comparava irresistivelmente o campo de batalha semeado de membros com imagens de Passchendaele que tinha visto. Quase podia ouvir a artilharia e sentir o cheiro do fumo.


então já existe uma legitimação científica para o facto de eu olhar para a ana malhoa e pensar imediatamente em pornografia.


ps: este post contou com a preciosa colaboração de sir richard dawkins

max aub fora das paredes

resgatados da parede é altura de postar os meus pedaços de max aub, consecutivamente e à bruta. libertos do compromisso em forma de exposição aceitam convites para casar de cavalheiros bem-intencionados ou de damas com soutien 44. bom proveito.











ufologia # 2

uma senhora anafada, míope e loira, não necessariamente por esta ordem, afirma ter avistado o ovni da sua vida em 1989. desacreditada, esculhambada pelos amigos e conhecidos, deixou passar quatro anos e resolveu então pôr por escrito a sua experiência, tudo direitinho, tudo em verso. está encontrada a razão do lugar-comum portugal país de poetas.


entretanto tenho de sair para trabalhar e, como tal, sofro.


ufologia

o tema de hoje das tardes da júlia. ao telefone, antónio de tal garante que isabel fulana, presente em estúdio, foi alvo de experiências genéticas por parte de extraterrestres. miro o penteado e a coloração em tons de violino da vítima e eu próprio não duvido disso.

gostar de pretos, especial transformismo

boomp3.com

tricky deixa de colaborar com manhosíssimos hard-rockers. renasce dizendo que é uma menina, a versão de kylie minogue prova-o e eu aqui cheio de vontade de dançá-la, ah pois.

victor gomes recomenda



a galinha da vizinha é sempre melhor do que a minha # não sei quantos

© rabiscos vieira

petrolíferas, tremei, vêm aí os heróis em collants, estreado no sítio do costume


sócrates, não te armes em kevin costner

atitude e imposto robin dos bosques, ainda vá. se lhe pões banda sonora do bryan adams é que está o caldo entornado.

regresso

depois de o meu pc ter ido para o valhalla, vulgo "céu dos nórdicos" ou "caralho que o foda", e após largar umas massas valentes naquela organização francesa com logótipo cor de bledina com lettering em branco, eis-me de volta. e, por thor, as coisas não melhoraram nada desde domingo. nem sequer a pontaria na quinta da fonte.

há boas razões para considerar o "fama show" como o melhor programa de humor involuntário desde "a máquina da verdade" com carlos narciso

- diga-me um adjectivo que defina esta festa
- whisky


elogio dos estrábicos

quem dera que todas as guerras fossem feitas por moradores da quinta da fonte.

é preferível morrer do que viver toda a vida de joelhos

Ruca suspeita que no bordel coche real, à venda nova, não têm dado muita atenção ao presidente roosevelt.

rescaldo



chegar atrasado aos vampire weekend, óptimos mgmt prejudicados por um som afinado debaixo de uma almofada, o horror anacrónico dos gogol bordello seguido de fuga para os braços de peaches com direito a embalo rock the pussy, touch the pussy, fuck the pussy, apreciar a vitalidade ikea dos hives, todos design e competência e com suor de contraplacado, perder a serenidade cínica dos trintões e pular como já não pensei ser possível. e os pés, Senhor, que fazer com eles agora?

semiologia do belo lombo

a linguagem publicitária (quando é conseguida) abre para uma representação falada do mundo que o mundo pratica desde tempos remotos e que é a "narrativa": toda a publicidade "diz" o produto (é a sua conotação) mas ela "conta" outra coisa (é a sua denotação); por isso é que nada mais podemos fazer senão classificá-la ao lado desses grandes alimentos de nutrição psíquica que são para nós a literatura, o espectáculo, o cinema, o desporto, a imprensa, a moda: ao apoderarem-se do produto pela linguagem publicitária os homens emprestam-lhe "sentido" e transformam assim a sua simples posse em experiência do espírito.

depois vemos a imagem lânguida de diana chaves, toda ela carne, muito pouco espírito, prostrada na praia ao serviço dos sapatos seaside e chegamos à conclusão que roland barthes, pensador ímpar, não estava interessado em convívios com gajas. nutrição psíquica? give me a break.

my own private saló e os não sei quantos dias de sodoma

depois de ouvir esta noite uma descrição acerca da técnica de lavagem do pipi na mesma água estagnada de um bidé onde posteriormente se escovam os pés acabo por entender que haja gente com ganas de esfaquear pasolinis. e à bruta.

cinema e verão

ilustração de julho para a montra da almedina, atrium saldanha


brooklyn, toma o meu xi-coração





por estes dias vou pagar 45 euros para conviver gulosamente com dois grupos de rapazes. poderia ser pederastia, se não fosse o day one do optimus alive.

gostar de russos, gostar de livros, gostar de capas de livros, gostar editores que gostam de ilustração


o trabalho de evgeny parfenov, no seu site pessoal

cinéfilos imperfeitos

Ruca não tem dúvidas, o segredo de um cuscuz é enfiá-lo devagarinho.

a galinha da minha vizinha é sempre melhor do que a minha # não sei quantos

© rabiscos vieira

o novo adolescente padrão, estreado no sítio do costume


video killed the radio star, o catano

amanhã, segunda-feira, pelas 18h30 vou estar no rádio clube português com o miguel marujo para falarmos de cenas. e blogues, entre outras desgraças. é em 104.3 se quereis ouvir o degredo chegar às massas.

bucareste blues

leio e pasmo, na roménia faz-se força para aplicar uma nova lei que obrigará os media daquele país a transmitirem boas e más notícias em partes iguais, rigorosamente 50/50, como no quem quer ser milionário, palavra quase desconhecida do povoléu à volta dos cárpatos com excepção dos seus vampiros mais famosos, dracul e ceausescu, que se saciaram de outros anos a fio, amanhãs que cantavam, ou que mordiam, falar-se-á disso se houver igual dose de boas novas, suspeito que se se avançasse com coisa parecida no nosso cantinho atlântico aplicava-se a regra das impossibilidades, vá-se lá encontrar 45 minutos de good vibes para encher a metade do chouriço informativo da tvi, de um lado a subida dos combustíveis, do outro a excelência dos pastéis de nata da casa chinesa, à rua área, que ainda não fazem notícia, o que é pena. venha de lá a legislação, por aqui também há muito salafrário com os caninos afiados, ansioso por cantar boas novas até 2009.

[em stereo]


a galinha da minha vizinha é sempre melhor do que a minha # não sei quantos

© rabiscos vieira

o desconsolo do pequenito jerónimo, estreada no sítio do costume


citando o Editor, com E grande e tudo, Nélson de Matos


o que se tem de fazer é não misturar as águas, não enganar os leitores. Trabalhar com cuidado e seriedade. Não se pode, por exemplo, publicar a Carolina Salgado ao lado de José Cardoso Pires.

mas a imogen lloyd webber pode-se. e deve-se. e viva a seriedade das meninas sexy e independentes.


via pilha livros

espaço pub

© rabiscos vieira

está nas bancas o número de julho da Ler. e eu com ela.


Rego on the rocks

na piscina municipal onde tento fintar os alvores do reumatismo há um professor de natação que usa repetidamente uma t-shirt da jack daniel's. fonte anónima garante que o dito é especialista nos 400 metros de bruços.

da série "canções que me fazem lembrar o meu local de trabalho"



black steel



a galinha da minha vizinha é sempre melhor do que a minha # não sei quantos

© rabiscos vieira

por uma família procriadora, estreada no sítio do costume


como fazer coisas com cartões



via pó dos livros

por falar em redzepova

boomp3.com

olha a blusinha linda, é a quinhentos, é a mili, é a miliquinhentos


assistir a um espectáculo da fanfare ciocarlia é garantia de duas horas passadas a dar à perna sem pensar no défice, na euribor e nos tiros para o ar em portimão, sobretudo se a banda vem acompanhada de primos de outros acampamentos, espanha, bulgária e antiga república jugoslava da macedónia, assim mesmo por extenso para não irritar ainda mais os gregos que andam a sofrer de otto rehagel, dizia, a fanfare dá tudo, o público, conquistado à cabeça, também, sacode, balança, na iminência da invasão de palco, susceptível de transformar-se a todo o instante na feira de carcavelos, as tubas sopram, a massa ulula, fazem-se solos desajeitados solos de metais mas tudo com muita alma e força na bochecha, e tudo se incendeia com o par de odaliscas que vai não volta se balançam rés-vés a assistência, provando com os seus monumentais seios que o molico e o nido estão condenados ao fracasso em bucareste e arredores, e ainda pudemos escutar um par de flamenguitos, que não são queijo, a debitarem dores e maleitas em castelhano, fazendo das guitarras óptimas caixas de percussão sempre que sufocavam as cordas com afinco, até me fez lembrar a classe média à portuguesa, abafada e martelada na tola no meio de grande entretém, e ainda assistimos ao número vocal de um alienígena misto de zucchero e raul indipwo, isto se o nosso melhor amigo das colónias tivesse nascido à beirinha do mar negro, e para acabar de vez com a cultura quatro faixas, QUATRO, na voz da imortal esma redzepova, trinado de sonho dos balcãs a fazer esquecer o pretedente ao trono câmara pereira e o seu cavalo ruço, a esma vestida como quem vai adorar iemanjá mas nós é que lhe ficamos prostrados aos pés, rendidos à maré de entusiasmo, à espera que a avalanche tzigani se repita e que se possam sacudir as banhas sem pudor, inclusive até aos passeios da avenida da liberdade, local onde o concerto acabou com o respectivo rodar de chapéu para recolher umas moedas extra. encerrava-se o maior espectáculo do mundo e penso: onze ou doze contos para ir ver o cirque du soleil? foda-se, não se metam nisso. aqui até as fatiotas são melhores.

texto publicado no blogue colectivo sinusite crónica

a galinha da minha vizinha é sempre melhor do que a minha # não sei quantos

© rabiscos vieira

carmen da costa, intocável da fruta, estreada no sítio do costume


amizades imperfeitas # 76

Sandro deplora que portugal tenha sido alvo de voos da cia, já Ruca lamenta a ausência de voos do cio. transbordantes de grelo, se não for pedir muito.

da água benta à água de brent

Preço das missas e sacramentos aumenta 33%

siconline, 30/06