Alexandrina vai ao atendimento como quem vai socializar, problemas ou alcovitices, jornal de caserna de bairro, tudo serve de justificação, arrasta as duas crias pelo braço, a maior Naima, a mais pequena Iris, fala-se na importância da escola, das letras, das contas que sempre ajudam à venda, do bê-á-bá para tirar as patorras da crise, a mãe Alexabdrina entusiasma-se, começa a berrar ESTÁS A VER, TENS DE IR À ESCOLA, OUVISTI?", Naima já ouviu, franze os olhitos, esquiva-se entre gafanhotos, a pequena é mais impressionável, recolhe-se a um canto, escola e berros não são cocktail a seu gosto e no meio do lacrimejar lá vem urina pelas pernas abaixo, ALexandrina redobra os decibéis AI O QUE É QUE FIZESTIS? já lá vem alguém com uma esfregona para ensopar os desperdícios, que mesmo dentro de portas aquilo é espaço público, pago por impostos, quem sabe o povo contribuísse mais se se chamassem "facultativos" ou "voluntários", mas isso é outra conversa, outra escola, Alexandrina já brande a esfregona da vergonha e, golpe de teatro, a vara parte-se o rubor cresce nas faces, já só quer sair dali com as crias a reboque, uma chorosa outra catatónica, e adeus e bons dias e franquear de portas e cereja no topo do bolo, Alexandrina é traída por um degrau maroto e estampa-se pelas escadas abaixo, sem gravidade, uma ou outra nódoa negra, quem lhe manda falar de giz e blackboards, toda a gente sabe que isso dá um azar do camandro e a vida não está para contrariedades.
crónicas ortográficas de um alfassinha # 8, especial gipsy queens
Publicada por pedro vieira em 25.7.06
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