há dias em pasquim de referência armado ao orgão de comunicação vinha uma notícia sintomática do nosso atraso persistente, atávico, sufocante, país desmoralizador, sem iniciativa que gosta de fazer ditados com metáforas de talho, do género não queremos cortar as pernas ao Simão mas se não lhe pagam na razão inversa da altura não sai, mas isto são outros futebóis, regresso à rota principal que passa por Rio de Mouro, sinónimo de subúrbio num Houaiss que se enxergasse, e em Rio de Mouro falou-se de uma particular barraca onde campeava a actividade económica, atenção que na localidade não prevalecem zincos e contraplacados, até já há bonitas lareiras e aquecimentos centrais para o frio sueco da região de Lisboa, se não o conhecem é porque nunca entraram na Zara do Chiado, habitat natural de pinguins e outros espécimes finos de casaca e solário, lá estou a tergiversar, isto é uma crónica de rio de Mouro, ponto. Dizia, particular barraca onde duas actividades económicas se complementavam, alicerçadas em duas jovens com mais gosto pelo laréu do que pelo colégio de reinserção que lhes dá comida e roupa lavada, 12 e 14 anos cheios de viço, conceito Sheridans, uma branca outra preta, a darem cor à discoteca que também era bordel, com uma matrona a liderar o processo, era dançar na pista e "óspois" no divã, já falo como quem a cita, mas à custa das suspeitas de bocas no instrumento alguém deu com a boca no trombone, expressão popular de muito apreço, quem diz que portugal não é país de cultura e sopros, polícia de pé na porta, a coordenadora detida, as menores de volta à instituição, assim se cerceia a iniciativa privada, ali ao fundo já vislumbro o josé manuel fernandes e o sarsfield cabral a lamentarem os ataques ao empreendorismo, por alguma razão esta piolheira não avança, lá dizia o oceanógrafo-rei ou vice-versa, avançou-lhe antes um balázio na peitaça mas isso é assunto para outras crónicas e em Rio de Mouro não consta que as meninas se passeassem de carruagem a descoberto.
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