modas, modinhas e fashion victims ou do prazer de escrever um post recheado de estangeirismos


vai não volta o espaço público é tomado por reviralhos de gente mais ou menos encostada na poeira do tempo, impulsionados normalmente por uma complacência dos mass media ditos de referência que levam os de maior share por arrasto, nomeadamente a televisão. se "recordar é viver" é próprio do bicho humano, em portugal essa dinâmica multiplica-se por quatro ou cinco, assistindo-se a vanguardas urbanas sustentadas em passadismo complacente, lojas in com malas estampadas com motivos pin up, pins dos ramones e do filme vertigo, lojas de roupas retro [conceito que classifica de forma positiva peças embebidas em naftalina] e de sneakers que são um delight com modelitos recuperados dos idos de 70, festas temáticas ao rubro com sons de 80, cabelos cortados à bate-chapa, também conhecidos como cabelo à checo [esses ao menos nunca perderam o look], toda uma cornucópia de lembranças açambarcadas por novas fashion victims tomadas por uma espécie de Ostalgie sem ter de passar por nenhum checkpoint charlie.neste contexto assistiu-se à recuperação exemplar de um monumento cultural kitsch português, alicerçada em dois espectáculos no cabaret retro-chunga-fashion Maxime, à pinha de colunáveis e opinion-makers com sede revival e espírito de grupo com vontade de pôr o Cid no patamar trendy. grande parte deste post também me serve de carapuça, eu próprio danço afincadamente ao som do mc hammer e não há muito tempo comprei uns adidas rekord, tenho uma camisa d'a outra face da lua que faria o meu pai corar de vergonha, mas enfim, não escapo totalmente incólume à vaga passadista. só em relação a josé cid é que eu já recalcitro. gosto das suas alfinetadas à beautiful pepople cá do burgo e gosto do humor dele. e ele tem-no em abundância. acontece que por mais culto que se queira criar à volta deste reborn idol da pop à portuguesa não considero obliterar perólas como a que se apresenta no topo desta posta. e acho que não há volta a dar, para mim o Cid não conta com a benevolência kitsch, acho mesmo que lhe cai melhor uma classificação demodé de Piroso. e desconfio que ele até se sinta melhor nestas águas claras da língua à portuguesa.

3 comments:

eduardo b. said...

o mc hammer????

pedro vieira said...

ah pois é bebé, you can't touch this, biiiiiitch

eduardo b. said...

jesus fucking christ...