quem manda? josé manuel fernandes, josé manuel fernandes, josé manuel fernandes


efeméride, número redondo a condizer, respeitinho aos tempos da outra senhora, em que afinal sempre mandaram senhores, hoje é dia de centenário, direito a destaque de várias páginas e outras comendas em forma de letra. No Público de hoje, desgraçadamente sem link, o arranque de sete páginas, primeira incluída, faz-se a expensas de Marcelo Caetano, o tal que até era um docinho comparado com o campeão de mergulho a partir de cadeiras. Nestas extensas exéquias em papel, acompanhadas de uma série de fotografias ilustrativas, Marcelo é classificado e identificado das mais diversas formas, consoante época e ponto de vista do redactor - ilustre professor da faculdade de direito, comissário nacional da mocidade portuguesa, ministro das colónias, delfim de antónio oliveira salazar, ministro da presidência, reitor da universidade de lisboa, director do panfleto Ordem Nova, sobredotado, presidente do conselho, exilado. Em nenhuma altura Marcelo é apodado de ditador. assim, com sete letras simples, d-i-t-a-d-o-r. palavra feia, rude, ficaria no índex do fernandes se o insuspeitíssimo vasco pulido valente não terminasse o ponto 1 do seu ensaio-festa precisamente com essa designação. o fernandes a espalhar panos quentes e cheques a colunistas que defendem o exagero de chamar fascista ao autêntico passeio que foi o estado novo e pagam-lhe com uma desfeita destas. em jeito de consolo o vasco volta a apelidar-nos [a todos] de indígenas mas isso já não faz as cócegas nem tem a mesma graça de antigamente. mas eu é que devo ser um esquerdista picuinhas e embirrante como o caralho.

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