ah pois é bebé, também eu quero meter a minha colherada de inanidades no novíssimo Sol, espécie de ovelha doly dos semanários por enquanto com menos artrite, eu e o meu amor pela papelada, acenam-me com novidades da tipografia e eu, qual cão de pavlov, lá vou gastar os dois euricos que à proporção do que ganho até são pequena fortuna, não foi preciso sineta, bastaram dúzias de mupis no metropolitano elá estou eu a salivar em frente à menina da tabacaria, juro que nada disto tem a ver com decotes até ao umbigo.
dada a extensão do bicho-trazido-à-vida-pelo-saraiva e a preocupação com a ocorrência de cataratas nas vistas dos meus 12 leitores esta análise será dividida em três partes, por forma a que eu possa ter a minha própria recherche em vários tomos, algo que como se sabe aumenta exponencialmente o prestígio, três partes dizia eu, caderno de economia, caderno principal e revista, sem passar sequer de raspão pelo guia "essencial", espécie de pintelho informativo, pilosidade cujo prestígio não está muito em alta como veremos mais à frente, no post dedicado à tal "tabu".
no que toca à economia abre-se as hostilidades com o sugestivo nome "confidencial", sinónimo de pouco alarido e sigilo bancário, não fosse o bcp a trave mestra deste sorvedouro de eucaliptos, era o que faltava ter um suplemento de dinheiros e acções chamado "transparência" ou assim. temos também a habitual dinâmica do suplemento porta-moedas em cores de salmão, sábia decisão, toda a gente sabe que a economia vai bem com brócolos cozidos e andamos a precisar desesperadamente de gorduras saudáveis em terra que aderiu num piscar de olhos aos palhaços do fast-food, isto não tem intenção de ofensa, escolhessem outra mascote e ela sairia mais airosa deste matraquejar. o grande destaque do confidencial vai para armando vara, homem abençoado com um nome que vai definitivamente bem com a sua cara de pau, um dia a mandar nas estradas outro nas caixas gerais, o que é importante é ter cartão em dia e não me estou a referir ao lisboa viva porque cheira-me que isto não é gente que ande muito de transportes colectivos, de transportes públicos andam sempre porque é o zé do manguito que paga os leasings dos audis, era pô-los todos a viver um mês com o salário mínimo do bangladesh e haviam de ver como era.
pelo folhear da carruagem é claro como água que quem singra nos negócios tem ar sisudo, pose determinada e fato adornado com a pior invenção dos croatas a seguir às deportações da krajina, aquele penduricalho que é o tecido ideal para enfiar na sopa do gambrinus ou na vichyssoise do marcelo, mas falar nesse personagem fica para outra altura, também ele dá a sua colherada neste imenso caldo que é o Sol, destino tablóide que pôs o professor como colega de carteira do homem que dele disse cobras e lagartos por causa da falsa dica da sopa fria, as voltas que a escrítica dá.
esbarra-se também na análise da semana pela óptica do sexy muddafucka pires de lima, olhar de matador e sapato de fivela de viés, tão à vontade na função de prosador que até faz trocadilhos com o 11 de setembro e o restaurante onde ele almoçava - a Paz (???) - quando os 767 resolveram entrar pelas torres sem serem convidados. os parênteses e os pontos de interrogação são dele, a convicção de que somos todos anti-americanos com um sentido de humor tramado é minha.
48 páginas depois o "confidencial" mostra que as pessoas que contam dão pelos nomes de américo amorim, teixeira dos santos, paulo teixeira pinto, josé sócrates, mário lino, joaquim pina moura, valentim loureiro, vitor constâncio, henrique granadeiro, fernando pinto, alberto da ponte, carvalho da silva, vieira da silva, carmona rodrigues, miguel coutinho. confirma-se, não é gralha, as únicas mulheres que dão o ar da sua graça nas desmandas da economia estão nas inserções publicitárias, no anúncio de recrutamento do jumbo e na rectaguarda do director dos CTT Luís Nazaré. diz o povo [qual?] que atrás dos grandes homens estão sempre grandes mulheres, escusavam era de estar fora do enquadramento, mas isso digo eu que percebo imenso de horta quando ela já fumega no meu prato comprado há uns anos na feira da luz.
num próximo post, O Caderno Principal do Sol
o Sol visto pelas minhas lentes # 1
Publicada por pedro vieira em 17.9.06
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