a vida num interruptor

mea culpa, culpa minha de andar a gastar luz como um desalmado, se aqui em casa nem sequer se deu à luz, uma contribuiçãozinha, um wild card para a associação das famílias numerosas e eu nicles, luz é só para gastar, computador ligado para escrever inanidades e secar barragens e a edp, coitada, a sofrer, eu de luz acesa na cozinha, quem precisa de ver para acender o gás, fritar um ovo, houvesse uma-fuga-explosão-desgraça e punha a economia a mexer, as seguradoras a trabalhar, os sapadores bombeiros a apagar, o inem a apitar e a edp melhorzinha, obrigado, e eu nada, acendo a tv, quem precisa dela, para saber de défices, líbanos e futebóis, três assuntos que são só um, três sangrias desatadas, visse eu as notícias aos bocadinhos e poupava no lombo da edp, coitadinha, mirrada por este inconsciente que se banha de luz acesa, quem é que precisa de watts para tirar o champô dos olhos, assim como assim está-se cego com selénio, pior inimigo da caspa assim como eu sou pouco amigo da edp, esmifrada, sofrida, com a madre seca de dólar, eu de candeeiro aceso a teclar para escrever posts destes, mais valia fazê-lo às apalpadelas, nem se notava a diferença e tem ressonância mais erótica, música nem ouvi-la, arranje-se um instrumento e toque-se de ouvido, leitor de cd + amplificador é um descalabro em castelo de bode, depois é o dvd para ver porcarias, o forno eléctrico para cozer bolos quando podia comprá-los fora, na pastelaria, a estimular a economia, a beber quartos de leite vigor para dar rendimento às nossas vacas que são ordenhadas de teta enfiada em máquinas, eléctricas mas industrializadas, essas já não prejudicam, os domésticos é que são uns inconscientes do electrão, a torrarem pão, a secarem cabelos com brushings suburbanos, e a edp a tolher-se, a uivar de prejuízo, a subir as tabelas, e eu a apanhar o metro - eléctrico - para descer na baixa-chiado, são só duas, é um instantinho, fuças enfiadas na livralhada e a sorrir triunfante com um manifesto do unabomber na mão, direito à caixa, para ganhar ademanes de terrorista eléctrico e mandar estes secretários-adjuntos e comissários reguladores da puta que os pariu todinhos para o caralho, local onde nunca mais necessitarão de acender a luz, diz que lá se vê como se fosse dia.

3 comments:

Anonymous said...

és um génio!

roubando descaradamente ao jumento: "afixe-se!"



boa sorte para a procura de trabalho! embora me pareça que um cargo na edp esteja fora de questão!

Anonymous said...

bom, desta vez é que foi!
desta vez é que chegamos ao ponto de os mandar a todos para a puta que os pariu!
desta vez é que a seiva que nos corre nos braços vai deitar por fora!
desta vez é que agarramos na tralha e vamos plantar cogumelos para a estónia!
desta vez é que para poupar mesmo a edpzinha vamos descer as escadas sem acender a luz!

desta vez, atendendo à distância que vai de um quarto andar até à porta da rua, vamos abrir a janela do patamar e voar...

putaqueospariuputaqueospariuputaqueospariuputaqueospariuputaqueospariu

a nós ninguem nos (a)tira!

old boss

Ricardo Machado said...

A questão da dualidade dar à luz e gastar luz é falsa. Aliás, existe uma relação: Quanto mais dás à luz mais gastas luz, portanto o prejuízo financeiro é a dobrar . Ainda melhor, devido a engenharias matemáticas que desconheço, os gastos não são a soma das duas partes mas sim de muitas outras. Quais? Não sei. nipitwp.