pelo sim # 15

Indiscutivelmente, o aborto, juntamente com os outros ataques contra a vida está entre os mais sérios crimes contra a vida, está entre os mais sérios candidatos a ser o crime do nosso tempo. (…) O que se joga neste debate não é, pois, uma questão menor. O aborto é o crime desta geração. É um crime de liberalização, é um crime por razões económicas, é um crime feminista, é um crime médico”.


Nunca se achou que o prazer sexual tivesse de ser aguçado. Ele necessita é de ser controlado”.


Vale a pena traçar os termos desta evolução porque nos ajuda a compreender a situação actual. (…) Poucos anos depois, a luta era para conseguir liberalizar o divórcio e libertar o cinema. Mas os que defendiam que estas coisas eram «boas e modernas» abominavam o aborto e a homossexualidade. Hoje, muitas pessoas acham que o aborto e a homossexualidade «não têm mal nenhum», mas consideram horríveis a pedofilia e a violação.


"A pílula do dia seguinte (...) é o aborto dos previdentes"
"(...) a pílula é a eliminação dos que nem sequer têm rosto (...)"


A finalidade natural do sexo é, indiscutivelmente a procriação. (…) A contracepção e o aborto são, evidentemente, contra-natura (…).


Estas passagens são do livro "sereno" de joão césar neves, apresentado por estes dias pelo pater familias da moderação e do esclarecimento marcelo rebelo de sousa, quem ache que o cinismo já viu melhores dias está redondamente enganado, veja-se o viço com que campeia por aí. abstenho-me de adjectivá-los a ambos – césar e marcelo – porque não me apetece pôr o pé na chinela e de vez em quando este blogue é um local de respeito capaz de fazer inveja à pasta de cabedal de um key account manager. ou se calhar não. estas linhas expressam aquilo que muitos pseudodefensores da vida pensam, sendo certo que a maioria teve algum pudor em mostrar os dentes afiados no abismo medieval em que vivem e para o qual querem arrastar-nos a todos, homens e mulheres, cidadãos de um país tornado despensa, daqueles em que de vez em quando se lhes abre a porta e cheira a mofo. ou será a bafio? venha o diabo e escolha, eu já o fiz, escolhi o SIM há nove anos e não houve expo 98 que me apagasse o travo amargo da portugalidade nessa altura. mantenho a defesa do SIM agora, trintão na era dos blogues, e este será o penúltimo post sobre o assunto antes da votação de domingo. no dia 12 quero acordar num país dois gramas mais civilizado em que os hospitais tomarão serenamente o lugar dos tribunais. há mais salazar no chiqueiro da delação e dos muito hipócritas vôos sanitários das meninas upper class do que nos não sei quantos mil votos telefónicos ao abrigo dos "grandes portugueses". e eu já vou estando farto de tropeçar num emplastro morto há quase 40 anos que teima em aparecer nos nossos ecrãs mentais, mesmo sem ser chamado à liça pela maria elisa.


ps: as frases do livro foram roubadas ao muito atento confraria do atum

2 comments:

Anonymous said...

C'um catano. Quem fala assim não é gago.
(clap clap)

cristina

Shyznogud said...

A assistência aplaude em delírio!