como a política à portuguesa é um ovo de codorniz e os personagens vão rodando daqui para ali, a minha mulher lembrava ontem à noite que há uma série de anos atrás, ainda odivelas não existia como concelho, o que, como se sabe, era uma chaga intolerável para a pátria, antónio costa foi candidato à câmara de loures, ocasião em que pôs um burro a disputar com um ferrari a subida da calçada de carriche em hora de ponta [ou calçada de carris, como soi dizer-se entre vastas faixas da população inebriadas pela passagem constante de autocarros naquela ladeira], e na altura, em dia de sábado de infortúnio e limpezas em que a dita [minha mulher] sacudia o pano do pó à janela de um rés-do-chão em caneças, ainda hoje habitado por seus pais, passa o candidato com a respectiva comitiva e estende-lhe uma rosa de candidatura. algures entre o bucólico, o bimbo e a piada vagamente xenófoba do monhé com flores, este momento serviu para chorarmos a rir no sofá, enquanto os comentadores da sic notícias falavam de perfis políticos, visão, projecto. são rosas senhores, são rosas, desta vez em lisboa. o resto é conversa de encher chouriços.
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