já os tinha micado na fnac chiado, a trajarem preto retinto, cobertos de roupas, rendas, quinquilharia demoníaca, pulseiras e correntes, gabardine e blusa de manga comprida, ele, corpete de ilhoses de tardoz e casaquinho de múltiplas rendas, ela, ambos de botas cardadas ou quase, calça comprida para o menino, anéis, caveiras, ou tudo junto, unha preta sem entalão na porta, saia de cetim preto para a menina e agora descem à minha frente, todos nós parados, as escadas a enfiarem-nos no túnel do metropolitano, e ele abraçado à musa niilista a dar-lhe palmadas robóticas no rabiosque, em registo autómato-apanhado-a-jogar-flippers, pás, pás, pás, o amor é negro, a paixão é gótica, a carne é fraca, novo lanço mais pás, pás, pás, ela escanchada ao pescoço acamado em tecido impermeável, ele na ladainha das mãos, vem aí piso térreo, acaba-se o ritmo da palmadinha tempos modernos e acama-se o traseiro da menina com um swinging fist, um menear de pulso que comanda a palmadinha, agora suave, em sentido ascendente, paf, paf, paf, como quem se certifica se o bebé fez pupu, e aquele pulso, aquela rotação, faites attention meninas alfacinhas, o roger federer dos apalpões anda à solta por lisboa.
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2 comments:
LOL.
Magnífica prosa.
P.
neste texto está a força dos dedos crispasos num par de nádegas
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