world press photo

regresso à exposição à qual já não ia há um par de anos, já sentia falta dos membros desmembrados incrivelmente fotogénicos, das mães a chorar, dos bastões, das acrobacias, das bastonadas acrobáticas, dos acrobatas de bastão, tudo em riste, terramotos, lágrimas, impecável chiaro/scuro para deleite da populaça, i kid you not, degusto-os com prazer à laia do cínico com vida de classe média refastelada no cantinho da europa dos brancos costumes, que isso de violência é matéria de pretos e outros demónios. este ano a desdita deixou de morar no ccb, aka centro comercial berardo, aka casa do comendador berardo, aka acrónimo para comendador chico bento, o saloio cheio de élan, também não é novidade, veja-se o que o wharol fez com o mao e com as latas de sopa, mas dizia, a coisa já não aconte no ccb e ainda bem, mudou-se para o museu da electricidade onde também já não ia vai para um ror de anos, e está impecável, restaurado, povoado de cafés simpáticos com menu a ferver em euros, upa upa, sanitários e cacifos em pré-fabricado de gabarito e alto lá, nada de provisórios como a escola secundária de algés, material fino, désáine e cheiro a lavanda, tudo em bom, entrada para a exposição por escadarias retintas, ferros areados, tijolos acamadinhos, sinalética à europeia e tudo, assim dá gosto visitar o património administrado pela fundação edp, essa mesma que emana da edp das luzes e tomadas, que nos alimenta a alma e coração e as vistas de visitante world press enquanto nos esfola a carteirinha com as tarifas mais altas das europas e afilhados, queres ser moderno, toma, machadada no nib à norueguesa, teso como um carapau, mas com os olhos, narinas e cu que frequenta loiças valadares perfeitamente regalados. lisboa dá gosto, caralho.