o título lavagante reporta-me sempre às cervejarias de lisboa, e aos seus aquários atafulhados de bicharada com as manápulas presas por fortíssimos elásticos que impedem as lutas de capa e espada entre umas e outras, o romantismo morreu, mosqueteiros só em livro, e tristes, sem desembainharem o cutelo vão lavagando por ali, como na riba d'ouro, onde trabalhou o meu tio zé, cozinheiro que intervalou com a venda ambulante de anéis e balões, cada um alimenta-se do que quer ou pode consoante as épocas e ocasiões, o meu tio que é um mangas, um pintas, que usa a expressão pantomineiro e que acompanha os jogos da bola do bairro padre cruz, e que quando via entrar a maralha ministerial do saudoso estado novo pela riba adentro fazia gala em cuspir-lhes no molho dos bifes no segredo da cozinha. e ainda recebia os cumprimentos pelo tempero no final. e o cardoso pires havia de apreciar uma historieta em forma disto. de lavagante.
my own private josé cardoso pires
Publicada por pedro vieira em 10.4.08
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