diz-me o teu nome, dir-te-ei o que falsificas

nos últimos tempos habituámo-nos a ver indivíduos que julgávamos respeitáveis a chafurdarem no lodo da alta finança e dos golpes palhacianos, os pândegos do bcp, os amigos do sobreiro entrincheirados no bes, todos com nomes respeitáveis, famílias de tal e tal, pergaminhos de fulano e coiso, até ao dia em que nos deparamos com um golpe de gabarito, dez milhões de dólares contrafeitos no concelho de odemira, localidade de relíquias, e ainda dizem que no alentejo não há iniciativa, mas vai-se ler a ficha técnica e não se acredita.
o principal cérebro da iniciativa é empreiteiro da construção civil e chama-se luis filipe, tal como um conhecido craque da liga bwin, e a partir daqui é sempre a descer [sim, é possível]. participaram na conjura o rui maluco, o joaquinito, o josé "zé dos sapatos" bonito, o vitor "girafa" amaral, também conhecido por "giga" [não perguntem], o carlos "gordo" e o joão silvestre aka o "janinha". a quadrilha foi desmantelada, infelicidade que raramente sucede a um banqueiro, o produto da falsificação quase todo apreendido com excepção de mias milhão, menos milhão. alguns membros vestem hoje uma camisa de onze varas, e neste ponto a jurisprudência relativa a banqueiros eclipsa-se ainda mais do que o talento do supracitado ala direito do benfica. este relato, inspirado numa notícia do suplemento de economia do Público, parece saído de um novelo tricotado pelas meninges do saudoso e falecido Alface, com um hipermercado de leiria e um parque de merendas da nazaré a servirem de hotspots. além de relíquias, odemira. vá lá um gajo convencer-se da utilidade de escrever ficção quando a realidade é assim sumarenta. arre.

texto publicado no blogue colectivo sinusite crónica

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