a linguagem publicitária (quando é conseguida) abre para uma representação falada do mundo que o mundo pratica desde tempos remotos e que é a "narrativa": toda a publicidade "diz" o produto (é a sua conotação) mas ela "conta" outra coisa (é a sua denotação); por isso é que nada mais podemos fazer senão classificá-la ao lado desses grandes alimentos de nutrição psíquica que são para nós a literatura, o espectáculo, o cinema, o desporto, a imprensa, a moda: ao apoderarem-se do produto pela linguagem publicitária os homens emprestam-lhe "sentido" e transformam assim a sua simples posse em experiência do espírito.
depois vemos a imagem lânguida de diana chaves, toda ela carne, muito pouco espírito, prostrada na praia ao serviço dos sapatos seaside e chegamos à conclusão que roland barthes, pensador ímpar, não estava interessado em convívios com gajas. nutrição psíquica? give me a break.
semiologia do belo lombo
Publicada por pedro vieira em 10.7.08
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
5 comments:
Barthes. Peirce. Austin. Kristeva. Muito mimalhos todos e mais o universo formal dos signos do discurso.
Se pusessem a semiótica no backside?
Ahh, eram sapatos que esse outdoor estava a vender?
Acho que trocou o conceito de "conotação" e "denotação". Aquele é o que está por trás do que é dito, este é o que é dito. Mas, de resto, e como sempre, um bom post!
a transcrição é da "aventura semiológica" do barthes, edição com uns anitos das edições 70, e eu não me atrevo a contrariar o roland. a não ser no que concerne às gajas.
pois. quem quiser que leve os sapatos. eu não sou dado a marcas: contento-me com o expositor
Post a Comment