o holofote

e pensar que nasci em terreno democrático, numa data e num país livres de olheiros, bufos e provocadores, ou pelo menos com a maior parte deles estrategicamente reconvertidos, sem pides, tchekas, gestapos, stasis, dinas, kgbs, sem lâmpadas que cegam apontadas às pupilas mas ainda assim com perguntas que me engasgam, que me atordoam, o paulo coelho, já leu? este novo da nora roberts, o que é que acha? o meu género favorito são os livros bem escritos, o que é que me aconselha?, forma-se-me a bola na garganta, deve ser dos papéis conspirativos engolidos à pressa, atoardas do sharpe, fanfarronices do hemingway, navalhadas da jelinek, suo frio e estou pronto a entregar os meus camaradas, dois segundos antes de criar uma manobra de diversão: já ouviu falar no richard zimler? normalmente resulta.

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