os fleet foxes, um dilema moral


ando há dias para escrever um post sobre os fleet foxes, coqueluche das listas do ano mas que não me sudezem a trompa de estáquio como deve ser, e olhem que eu até tenho sido useiro e vezeiro nos preliminares. e andava a adiar a prosa por uma razão prática que importa, quer dizer, o meu chefe gosta imenso deles e tal, e tendo em conta que há um gajo com poder discricionário sobre a minha vida a emular estes amaricanos eu devia fazer pianinho e fingir que nem os conheço mas a moralidade empurra-me para o precipício, é da formação cristã vincada, e notem que eu até parti para esta demanda de boa fé. o disco dos fleets até vem bem referenciado, número 1 na lista da pitchfork, parte integrante da lista de melhores do ano do ipsílon, onde escrevem gajos que eu respeito e sigo, gajos entre os quais, aliás, militam dois indivíduos que têm um óptimo toque de bola, garanto-vos, e um até é canhoto como o el pibe. ou como o laurent robert, vá. sucede que esta folk reciclada me dá comichão, boas vibrações e coros com reverberações de fundo do poço, não gosto, da capa a partir de bruegel o velho já gosto, dos versos solarengos não gosto, Come down from the mountain, you have been gone too long
The spring is upon us, follow my only song
, está bem, até simpatizo com passarinhos e flores campestres e o caralho mas não abusemos, e depois a referência velada ao fernão capelo gaivota, isto sem sequer mudar de faixa – In the morning tide when the sparrow and the seagull fly – convém não abusar, para a próxima vejam lá isso. eu entretanto vou ver se acho o telefone do centro de emprego do conde redondo, é capaz de me dar jeito, assim a modos de alguém que à beira do abismo e que insiste em dar o passo em frente, sábias palavras do trolha joão pinto que eu folgo muito em seguir. ou não. ou não.

em stereo

6 comments:

O Pombo said...

experimenta os ruby suns

Play Dead said...

Partilho da tua opinião. Confesso que já estive várias vezes para escrever um post sobre a sobrevalorização deste albúm dos Fleet Foxes em tudo quanto é lado. É um pouco enjoativo. Olha é mais fogo que artífio como diz um amigo meu.

Play Dead said...

*artifício

Anonymous said...

A sobrevalorização deve-se a uma coisa: o ano na música, como em tudo, foi uma valente merda! E como tem de se arranjar sempre uma next big thing vai tudo à frente. É a típica leitura de revistas de 3ª categoria como a NME.
Este disco é uma seca e musicalmente é banalíssimo!

franksy! said...

eu gosto bastante!


*tens o link avariado!

beijos a todos!

henedina said...

Gostei do post.
Já houve um bruegel que me levava ao museu todos os fins de semana quando passei seis meses numa capital europeia com, na altura agora já não, museus gratuitos em que entrava só via o bruegel, ganhava o dia e, ia-me embora. A partir de certa altura o vigilante da sala já dava um meio sorriso e os olhos admiravam a minha paixão. Sempre fui estúpidamente fiel. Mas tenho saudades do bruegel.
Não ouvi, não tenho opinião e irrita-me o seguidismo em arte, música, cinema, literatura. Enfim o seguidismo ponto. E não costumo ter preliminares da trompa de eustáquio excepto palavras que são ainda mais perigosas que a música. Se "o meu chefe" preferisse este, a probabilidade de eu não gostar era enorme. Em compensação os que eu acho mesmo meus chefes e são os que se mostram sensatos e inteligentes, esses sim, bastava uma referência boa ou contraditória para me apetecer ouvir. O meu seguidismo vem da emoção.
Ponha, sff, um link com a música que não gostou para termos opinião senão o seu post passa a ser publicidade.