arrastão goes musical tomo 1




sagrado e sabido, sou moço de andar ao ralenti, cada um é para o que nasce e daí os meus problemas com os amanhãs que cantam, sobretudo porque estou sempre em dívida com o ontem e com o dia anterior, entre outros e por aí fora. Como tal já lá vai um ror de meses desde que saiu o disco dos Beach House e eu não tinha dado por ele, e nada melhor do que deixar chegar a primavera, o sol, os freaks, os cães, os guizos, os malabares, os diablos, as cervejas à litrada, as enchentes no miradouro do adamastor, pulga, mosca e festa com aromas marroquinos para começar a desfrutar em contra-ciclo de uma dúzia de canções etéreas e favoráveis à neblina e ao cortar de pulsos, que lindo é ver a hemoglobina salpicada no ipod e tal. 
Acresce que o disco está embebido em orgão mágico, instrumento da minha preferência, tão intenso como nos discos do Leonel Nunes, maduro que inclui em todos os cachets um garrafão de vinho, devorando-o em palco e ao vivo e a cores, dizia, o órgão mágico, um tudo-nada mais etéreo do que no opus "Cantar, Pular e Dançar" do dito Leonel, ainda assim capaz de dar corpo a canções de fino recorte, o amor como tema recorrente, que é como quem diz a condição humana, expressão que julgo ser obrigatório utilizar em qualquer referência a disco/filme/livro, os Beach House falam em passado, amores perdidos, o Leonel põe toda a epistemologia nos títulos, Porque não tem talo o nabo, entre outros clássicos, são gostos, aqui deixo o single Gila dos meninos de Baltimore, diz que não acompanha tão bem uma sandes de courato, enfim, fica ao vosso critério.

em stereo



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