ronda das tascas, posta 1


o gaiteiro mestre roque

muitos anos depois, diante do pelotão de putedo alapado na rua joão das regras, o reservista pedro vieira haveria de lembrar-se daquela tarde remota em que o pai o levou a ver o benfica-porto ao hoje demolido estádio da luz, 1 a 1 resultado final, golo do jaime magalhães, o outro que se foda. nesse dia haveria de beber o sumol a empurrar o courato aos gorgolões e ainda um dedal da imperial alheia, só para provar e ganhar-lhe o hábito, que faz o monstro. hoje, regozija-se por escrever sobre si (mim) na terceira pessoa, na escola de mário jardel, miguel veloso e dos plurais majestáticos, enquanto relato(ata), uma fatia da ronda das tascas à mouraria, iniciativa organizada por um bando de maduros, que é como se quer a uva, também mijona, se falamos de preços. os da mouraria não assustam, o povo junta-se, a ronda inicia-se numa espécie de corredor esconso que há-de levar aos amigos da severa, propriedade do senhor antónio, que usa expressões como "diz a lenda" ou "reza a história" quando se refere à senhora da má vida com a voz tisnada pela má vida e pelos bloggers medíocres que se repetem no discurso. ginja barata, tinto ainda mais, traçadinho a meio éro, copo com risca, começa a folia dos gaiteiros e dos copos tintilantes e eu vou vendo a toponímia laudatória, a casa do lado onde terá vivido a dita fadista, ícone de lisboa, quiçá da mouraria, a casa quase defronte onde nasceu fernando maurício, o rei sem coroa, rezpect, bling blings, props pró nando, e na casa imediatamente ao lado dessa um videoclube indiano onde a palavra copyright não entra, e ainda a tv que debita ao fundo uma espécie de coreografia do fame mas sem ninguém tão saloio como o Leroy, mas com bigodes que lembram o PREC com lantejoulas. estava cumprida a primeira etapa. ao fundo uma moradora berrava anda pacheco, era o que dizia a hermínia silva. clássico mas previsível.



2 comments:

FavaRica said...

o gabriel garcía márquez haveria de ter revelado quem marcou o do benfica...

Maria Arvore said...

Titilaste-me os tintins tilintantes porque tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado.