Crash. Stop.

© rabiscos vieira


Quando penso nele, vejo-o ao volante dos carros roubados que ele destruía a um ritmo avassalador, imagino as superfícies deformadas de metal e plástico que acabaram por abraçá-lo para todo o sempre. Dois meses antes eu tinha ido encontrá-lo debaixo do viaduto do aeroporto, após o primeiro ensaio da sua própria morte. Um taxista ajudava duas hospedeiras do ar ainda trémulas a sair do pequeno carro contra o qual Vaughan fora chocar, depois de ter irrompido sem aviso prévio duma estrada oculta pela vegetação.

in Crash, ed. Relógio d'Água, 1996, tradução de Paulo Faria



1 comment:

Menina Limão said...

(boa ilustração, ó rabiscos)