feira do livro # 9, epílogo

fim de festa, arrumar de tralhas, contar de notas, está fechada a feira do livro 2009, lugar de encontros, trabalho, livros e deboche, não necessariamente por esta ordem, por esta altura fazem-se alguns balanços, uma feira anafadinha para os editores mesmo em tempo de crise, uma praça leya à qual só falta um fontanário a jorrar águas correntes e se calhar um ou outro quilo de fundo de catálogo e se não o trazem é porque já o devem ter guilhotinado como se faz ao bacalhau graúdo, uma cavalo de ferro que deu com os cascos na fundação agostinho fernandes em pleno certame, a discoteca a dar para o saloio cortesia da porto editora, aliás, a luta pelo título de maior grupo editorial também passa pelo decibel, pelo sound-system, que a leya também pôs a bombar ininterruptamente, e os homens da luta que passearam pela feira no último dia assumindo definitivamente a veia de promotores de espectáculos em sala, com direito a flyers a cores e tudo, mais a senhora das farturas italianas, óculo escuro, calça elástica, par de ténis volumosos, uma metaleira do churro, sempre atenta ao transeunte, com um carinho para crianças e velhos, uma bojarda para os graúdos, dos 15 aos 65. No meu balanço pessoal tomo nota dos pés inchados, das entremeadas monumentais que não são para todas as bocas, ouvi dizer, da enxurrada de bloggers que passou por aquelas ladeiras, um dia o blogspot casa com o wordpress e com o sapo e substitui a apel sem prejuízo, do convívio com certos e determinados marmanjos de uma editora de culto, a dar um bocadinho para o hardcore, até, do dinheiro que gastei sem tê-lo disponível, a rodos, nem quero fazer contas porque acho que ainda não tenho idade para ter uma embolia, do encerramento a toque de chouriço, cerveja e caracolada, pão, vinho e graçola brejeira, e do desenlace mesmo, mesmo, final, em que tive de ajudar a desempanar um carro, mostrando competências no capítulo automóvel que me garantem um perfil de macho do caralho apesar de ter muito pouco pêlo. Foi bonita a festa, pá. Então não?

4 comments:

Anonymous said...

e viva o conbibio

Anonymous said...

a tua descricao faz lembrar as festas em agosto no interior do nosso pais

AnadostrêsCDS said...

para mim, foi uma verdadeira colónia de férias, com muita jola, alegria e deboche.
não com entremeada mas com pita vegetariana maravilhosa.
culminou com conversas entre colegas,dizendo um deles que a libertação sexual na Albânia se tinha dado à conta da proliferação de bunkers, que qualquer terreno baldio servia para isso cá e portanto era muito melhor na privacidade do bunker.nisto,uma cliente folheava,estupefacta, um livrinho da terra santa!

RPL said...

Alguém reparou que a Praça Leya, de lado e ao longe, parecia dizer 'Leva no Parque'?

Achei curioso.