rapariguinho do shopping

ainda o rescaldo da desdita do ps e dos elementos da direita pró-socretista - para usar as doutas palavras do eduardo cintra eu-sei-quem-matou-o-jfk torres - ao balcão do café paredes-meias com um wc (palavras para quê). uma lojista na casa dos vintes pergunta então dona ana, foi votar? e a outra retruca claro que fui, filha, e tu? e a jovem garbosa a dar o troco eu não, aquilo não me interessa para nada ao que a decana responde com um toda a gente devia ir votar e a rebitesga o meu pai também já me chateou com isso, diz que votar é um dever de todo o ser humano, e a dona ana é um direito, filha, um direito, e a moça também ia votar em quem, naquela velha com ar de desenterrada? e eu próprio não sei que conselho haveria dar à moça, aliás, desbasto os restos do café mais queimado que a serra de monchique (alguém dê um tiro de misericórdia à segrafredo, caralho) e venho para casa a pensar nas filas de iranianos desejosos de pôr o papelito na urna há um par de dias. alguns até se dispõem a morrer por ele, papelito. ele há coisas do diabo.

3 comments:

Unknown said...

Também podias ter explicado à moça quem foram as sufragistas, e o que essas mulheres sofreram para terem direito ao tal "papelito".

malta said...

Por cá, há coisas - como a água - que damos como garantidas e só as notamos quando elas faltam...

Anonymous said...

Na sequela das primeiras Funções Votais do pós 25 abril houve um Tuga que se suicidou após ter realizado que se enganara a colocar a cruzinha.