abrir as portas


e agora é varrer poeiras, arrumar a tralha, empandeirar caixotes, alinhar lombadas, abrir um pouco mais a cidade às letras, é motivo de festa o facto de ainda se abrir livrarias em lisboa, terra onde se preferem os túneis, a parolice sebastianista-carneirista e as boutades inconsequentes, o charme rançoso da burguesia, enfim, ponham-se antes os olhos nas páginas e páginas de deleite que passam a estar mais à mão de semear, isto depois de uma labuta de peso, com inúmeras mãos no amassar deste pão que agora chega ao oriente da cidade, um pão que um ou outro diabo também amassou mas que confortará muita gente, é a imagem que me surge de forma mais aguçada, é um conceito que muito prezo, o pão, o trabalho, eu a fazer de blogger que faz de afilhado de um alves redol, de um soeiro, muitas mãos em cadeia até ao resultado final, que se quer suculento. Neste pão, neste todo, meia-dúzia de migalhas foram fruto do meu contributo, o que me dá muito, todo o prazer. Hoje, sexta-feira, às 17h30 inaugura-se, festeja-se; as ferramentas, o pó, o suor, dão lugar ao croquete, ao copinho de cerimónia, à not so beautiful people, às palmadinhas de circunstância. Estão todos convidados.

4 comments:

jorge said...

Pena estar tão longe, senão ia aí trincar uma croquete qualquer! Ai que me enganei no género... ou talvez não!
Parabéns pela abertura (ai, ai, ai) e desejos (ui, ui, ui) de felicidade (sim, sim, sim)!

Animal said...

e os croquetes são legais? a ASAE não aparece por aí de shotguns e passa-montanhas?

Anonymous said...

abriu mais um supermercado?

Inês Meneses said...

parabéns, boa inauguração e, sobretudo, continuação!