em plena rua da misericórdia passa-se um fenómeno estranhíssimo, da misericórdia mas sem piedade dos incautos, dizia, por estes dias sai-se à noite no topo do edifício que apadrinha um centro comercial directamente saído da cabeça de um russo que muito ansiou pela perestroika, brilhos, dourados, espelhos, elevadores, senhor de fatiota e guest list mais ou menos contornável plantado no foyer, um senhor que barra os homens de calção ou bermuda (sic) mas que escancara as portas às bifas e tugas aparelhadas com um tomara-que-caia ou similar, como sabiamente se diz no brasil, sobe-se até ao último piso, com vista bonita, sim senhor, lisnave iluminada, barreiro, cristo rei, néons dos armazéns do chiado e o caralho mas o panorama, mesmo que cheio, é desolador, dois dirigentes nacionais do psd, abrenúncio, mulheres com base que dificilmente sairá sem recurso a escopro e martelo, meios-sorrisos (ou seriam esgares provocados pelo preçário das bebidas?), moças americanas a mostrarem os escaldões, homens visivelmente satisfeitos com os seus cabelos tufadinhos, e em pano de fundo um R&B quase tão deplorável como as fatiotas de polyester que abundavam, abundavam. Em cinco minutos a sensação de inadaptado ao estilo nova iorque fora de horas apossa-se da gente, dá-se de fuga do Silk, o nome oficial do estabelecimento onde já terá posto os cotos o maior metrossexual da madeira, mas para nós será sempre o Sedas, mais carinho, mais portugalidade, mais afecto, afinal está plantado na rua da misericórdia, um gajo não pode ser insensível às coisas, que diabo.
dos sítios da náite
Publicada por pedro vieira em 13.7.09
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1 comment:
Nem mais!
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