já roda pela internet o novo single do tiago guillul, músico, pregador, agitador, pai de filhos com jeito para a composição que vai sendo cada vez menos low-fi, criador do beijas como uma freira, um dos hits da minha vida e perfeita canção de engate/desastre que tenho trauteado ao longo de meses a fio, pelo menos até ter aparecido esta, sete voltas p'rá muralha cair, encharcada em antigo testamento até à medula, jericó, o número 7 que foi também o número de dias do cerco dos israelitas à referida cidade, o número de dias empreendido na criação do mundo, o número de golos encaixados pelo benfica em vigo, um épico, portanto, com um videoclip muito arguto, a bíblia de mãos dadas com o futebol em ano de mundial e com piscadelas de olho à nostalgia, a caderneta de cromos do mexico 86 el mundo unido por un balón, caderneta essa que desgraçadamente decidi fazer a meias com o meu colega da preparatória, o Ireneu, situação que só podia trazer desconsolo e discórdia, acabámos a rasgá-la ao meio, 3 voltas e meia para a muralha cair sem glória, é o que dá ser pé-rapado com pouco critério nas amizades, e diga-se que o desastre estava anunciado, afinal de contas a família do Ireneu apoiava o freitas contra o soares, lembro-me bem, tinham vindo de valpaços para engrossar a reacção em benfica, mas adiante, esse é um mundial de gratas memórias que o tiago faz bem em trazer à baila, eu por exemplo dava um dedo mindinho para ter a camisola da argentina com que o jorge cruz aparece no vídeo, mesmo que nas costas tenha o número do burruchaga ou do diabo a 7 (claro), este foi o mundial do franco foda (fodá, na voz de gabriel alves) e da greve dos portugueses, a classe operária fez um prec em saltillo e depois eclipsou-se, agora talvez todos estejam acomodados e sejam accionistas de uma empresa com golden shower ou lá o que é.
sucede que o que aqui importa é o binómio canção-teledisco, uma melodia insidiosa que se aloja nas meninges, o que não é o principal, isso também já foi conseguido pelos marmelinhos do nel monteiro há um ror de anos, o groove do guillul tem uma marca distintiva e ele sabe-o, consegue piscar o olho a cristãos renegados como moi même e mostrar um grande airplay para quem vem do punk hardcore na companhia de vozes que não lembram ao menino jesus, neste caso ajudado por aquele miúdo, o albergaria dos extintos vicious 5, por quem tenho bastante simpatia, tem graça que até estava à beira dele num concerto dos riding pânico na fnac do chiado cujo som acabou por ser sabotado pelos anfitriões, situação que levou o albergaria a berrar contra os boicotes ao rock n' roll, só se pode ter carinho por um gajo destes, foda-se, ainda que neste videoclip apareça com uma espécie de versão marada do gonaço m. tavares trajado à gil y gil. resumindo, tiro certeiro revestido a pop, estava capaz de pespegar um beijo em cada um dos flores caveiras mas de repente lembrei-me do b-fachada. que caralho.
da incontornabilidade do single do momento
Publicada por pedro vieira em 17.3.10
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5 comments:
o auge é mesmo o brinde com laranjada :)
franco, pá, era franco foda. o que ainda soava melhor.
tens toda a razão camarada, já está emendado. e como não resisti a fazer uma pesquisa sobre esse mito, posso adiantar-te que o seu filho também é jogador de futebol, assinando como sandro foda. bom demais.
o que eu dava para ter um nome assim épico.
Tudo bem, a malta até que faz umas coisas giras, mas este loop de proporções bíblicas... Não havia necessidade... É a mania de que temos que sofrer em vida para podermos ir para o céu?
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